domingo, 1 de março de 2009

Declaração de amor

Ela está comigo há nove anos e meio. A primeira vez que a vi já me apaixonei. A partir de então passei a acreditar em amor a primeira vista. Eu tinha 14 anos e ela foi o meu presente pelo 15º aniversário que estava por vir. Ela era pequena, indefesa, frágil e quietinha. Parecia um ursinho de pelúcia, um animal indefeso e carente, que só dormia.

Conforme os meses e anos foram passando, ela foi crescendo e aquele bebezinho se transformou em um belo cachorro. Ela nunca gostou de outros cachorros, sempre implicou com todos, sendo maiores, menores, fêmeas ou machos. Mesmo com pit bull ela queria brigar, e até hoje ela não curte outros cachorros. Ah, ela também odeia galos, e para eles ela late sem parar. Cada canto do galo vem sempre seguido de um latido. E olha que ela não é de latir...

Adora brincar, correr atrás de bolinhas ou qualquer outro objeto que ela possa se divertir. Comer também é com ela mesma, bem gordinha para seu tamanho e idade, mas ela não está nem ai para isso, afinal a ditadura da beleza não se aplica em caninos.

Seus filhotes foram as coisas mais lindas do mundo, e mandá-los para outras famílias foi muito difícil pra mim, uma data com lembranças tristes e aperto no coração.

Mas sua vida não foi só de alegrias. Ela passou por três cirurgias, uma delas com erro da veterinária que insistiram que era muito boa. Castraram a cachorra sendo que ela tinha uma pedra na bexiga. Pedra que quase acabou com sua vida. Há pouco tempo descobrimos nódulos em todas as tetinhas dela, ou seja, mesa de cirurgia que retirou toda a sua cadeia mamária. Ainda querem retirar o outro lado, mas com certeza vou procurar outras opiniões, por que ela sofreu muito nesta cirurgia e não é mais nenhuma mocinha para ficar se submetendo a essas peripécias cirúrgicas.

Agora ela está ótima. Mesmo com toda a preguiça que ela tem (acho que é por causa da idade um pouco avançada) ainda brinca como louca, come sem parar e anda mais de um quilômetro (quando ela se sente motivada, senão ela senta no meio da calçada e não há Cristo que a faça andar).
Não posso deixar de mencionar também que ela é teimosa, obedece quem e quando quer, faz pirraça e adora correr na chuva, principalmente se tiver tomado banho na semana, o que me deixa super irritada, por que ela faz de propósito, tenho certeza...

Ela é especial, é minha filha. Por ela faço tudo. Durmo no chão, no sofá, acordo de madrugada, seguro na hora da vacina, enfio a mão dentro da goela, limpo as sujeiras, brigo, alimento e brinco. Ela é meu maior amor, um amor incondicional, incontável e inabalável. Acho que esse é o sentimento de mãe. E só de pensar que um dia ela irá morrer meus olhos já se enchem de lágrimas. Ela é muito importante para eu conseguir pensar na vida sem essa cachorra que esteve ao meu lado nos momentos de alegria, brigas e choros. Ela me entende, me consola com o olhar, me alegra e me enche o coração de um sentimento puro e simples.

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